A guerra do Iémen transformou-se numa luta pela sobrevivência
Desde que a guerra eclodiu no Iémen, em março de 2015, tem sido rotulada como a pior catástrofe humanitária dos nossos tempos.
Cerca de 21.6 milhões de iemenitas (dois terços da população) estão dependentes de assistência humanitária, incluindo 4.5 milhões de deslocados internos e 71.000 refugiados e requerentes de asilo.
O Iémen arrisca-se a enfrentar “a maior fome do mundo em 100 anos”, alertou a coordenadora humanitária da ONU no Iémen, Lise Grande. O ACNUR é a única agência que se ocupa da proteção e o bem-estar dos refugiados e dos requerentes de asilo no Iémen. O ACNUR e os parceiros são os únicos prestadores de serviços, tais como educação, cuidados de saúde, água e saneamento. As comunidades de acolhimento também beneficiam dos mesmos serviços.
Desde que o ACNUR chegou ao Iémen, nos anos 80, o país tem sido vítima de várias guerras e conflitos que o deixaram devastado. Nos anos 90, a guerra de unificação tornou oficial o nome República do Iémen, depois do antigo Iémen do Norte e do Iémen do Sul. Vinte anos mais tarde, em 2015, eclodiu uma nova guerra no Iémen.
O país está em guerra há sete anos e as hostilidades no país continuam sem cessar. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o número de pessoas que provavelmente não serão capazes de satisfazer as suas necessidades alimentares mínimas no Iémen poderá atingir um recorde de 19 milhões, entre junho e dezembro de 2022. Atualmente, 80% da população necessita de assistência humanitária para sobreviver. A fome persegue o país: mais de 7.4 milhões de pessoas necessitam de assistência nutricional, 2.3 milhões de crianças com menos de cinco anos estão gravemente subnutridas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e 1.2 milhões de mulheres grávidas ou lactantes estão moderada ou gravemente subnutridas.
+23 MILHÕES
de pessoas necessitam de assistência humanitária.
+4.5 MILHÕES
de deslocados internos.
7.4 MILHÕES
de pessoas necessitam de assistência nutricional.
O ACNUR lidera os grupos de Proteção, Coordenação de Campos e Gestão de Campos (CCCM), e Abrigo/ Não-Alimentar, como parte da resposta humanitária interagências para ajudar os mais vulneráveis no Iémen. Além disso, o ACNUR continua a ser a única agência que se ocupa da proteção e bem-estar dos refugiados e requerentes de asilo em todo o país. A resposta do ACNUR centra-se principalmente em intervenções de proteção, apoio ao abrigo, serviços de CCCM, assistência em dinheiro, projetos de coexistência pacífica e de coesão social, e resposta abrangente aos refugiados.
Apesar de ser um país pobre, o Iémen é o único país da Península Arábica que assinou vários acordos para a proteção dos refugiados. Acolhe atualmente mais de 137.000 refugiados e requerentes de asilo, na sua maioria provenientes da Somália, Etiópia, Eritreia e Djibouti.
"Acredito verdadeiramente que o Iémen é uma das maiores tragédias da nossa geração".
Joung-ah Ghedini-Williams, Responsável de Comunicação do ACNUR.