Médio Oriente: o trabalho do ACNUR centra-se na ajuda aos civis na Síria e no Iémen
A região do Médio Oriente e do Norte de África continua a colocar desafios esmagadores, com múltiplas e complexas situações de emergência a uma escala sem precedentes. A situação humanitária na Síria continua a ser volátil. Mais de dez anos de conflito e 13 milhões de pessoas forçadas a fugir de casa. A violência e a instabilidade em países como o Iraque e o Iémen desencadeiam novas ondas de deslocação. Em toda a região, as equipas do ACNUR prestam assistência para salvar as vidas de milhões de pessoas, fornecendo abrigo, água, medicamentos e alimentos.
Na Síria, mais de 6.9 milhões de pessoas fugiram das suas casas, dentro do país, e mais de 6.5 milhões permanecem fora da Síria, dos quais 5.7 milhões são refugiados na região, continuando a ser acolhidos por vizinhos (maio 2022).
Outro país do Médio Oriente que está em guerra há sete anos é o Iémen, onde existem cerca de 23.4 milhões de iemenitas (73% da população do país) dependem da assistência humanitária para sobreviver, incluindo 4.3 milhões de deslocados internos.
Com a crise síria no seu 12º ano sem solução, é o povo sírio que está a pagar o preço. Dentro do país, e em toda a região, as perspetivas para os sírios estão a deteriorar-se. As necessidades são maiores do que nunca. A Síria continua a viver uma enorme crise humanitária e de deslocação de pessoas. Desde 2020, há um aumento das necessidades humanitárias dentro da Síria, agora no seu ponto mais agudo desde que a crise começou. Atualmente, 15.3 milhões de pessoas na Síria dependem da ajuda, mais 1.2 milhões do que há um ano; mais de 90% dos sírios vivem em situação de pobreza. A violência baseada no género e os riscos para as crianças estão a aumentar, enquanto a exposição potencial a engenhos explosivos permanece elevada. A insegurança alimentar tocou novos recordes: 13.9 milhões de pessoas têm fome diariamente, uma miséria agravada pela escassez de trigo, em parte devido à guerra na Ucrânia. Quase uma em cada duas crianças sírias está fora da escola e vulnerável ao trabalho infantil, casamentos precoces e forçados, tráfico e recrutamento por atores armados.
O ACNUR fornece ajuda humanitária para ajudar os refugiados sírios, ajudando os mais vulneráveis com apoio financeiro para medicamentos e outros bens de primeira necessidade, fogões e combustível para aquecimento, isolamento para tendas, cobertores térmicos e vestuário de inverno. Apoia também os refugiados com acesso a água limpa e saneamento. Para aqueles que foram deslocados mas permanecem na Síria, fornece kits de abrigo e artigos não alimentares, assim como serviços de proteção e apoio psicossocial.
Durante a pandemia da COVID-19, o ACNUR tem apoiado hospitais e outras estruturas de saúde em zonas onde vivem refugiados. Também concedeu bolsas de emergência em dinheiro àqueles que foram duramente atingidos pelo aumento da pobreza durante a pandemia. Para assegurar uma resposta coordenada nos principais países de acolhimento de refugiados, o ACNUR coliderou o Plano Regional para Refugiados e Resiliência (3RP) para 2021. Nesse ano, os 270 parceiros no âmbito do plano tinham como objetivo apoiar mais de 10 milhões de pessoas - incluindo mais de 5.5 milhões de refugiados sírios e 4.8 milhões de membros das suas comunidades de acolhimento.
O país tem a quarta maior população de deslocados internos devido ao conflito no mundo. O Iémen acolhe 95.815 refugiados e requerentes de asilo, principalmente da Somália e Etiópia. Continua a ser o único país da Península Arábica signatário da Convenção sobre Refugiados de 1951 e uma encruzilhada geográfica para movimentos migratórios e transitórios a partir do Corno de África e mais além.
O ACNUR lidera os grupos de Proteção, Coordenação de Campos e Gestão de Campos (CCCM), e Abrigo/Não-Alimentar, como parte da resposta humanitária interagências para ajudar os mais vulneráveis no Iémen. Além disso, o ACNUR continua a ser a única agência que se ocupa da proteção e bem-estar dos refugiados e requerentes de asilo em todo o país. A resposta do ACNUR centra-se principalmente em intervenções de proteção, apoio ao abrigo, serviços de CCCM, assistência em dinheiro, projetos de coexistência pacífica e de coesão social, e resposta abrangente aos refugiados.
Atualmente, 80% da população necessita de assistência humanitária para sobreviver. A fome persegue o país: mais de 7.4 milhões de pessoas necessitam de assistência nutricional, 2.3 milhões de crianças com menos de cinco anos estão gravemente subnutridas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e 1.2 milhões de mulheres grávidas ou lactantes estão moderada, ou gravemente subnutridas.
+13 Milhões
de sírios fugiram de suas casas.
80%
da população do Iémen necessita de assistência humanitária.