Em fotos: As mulheres refugiadas que estão a quebrar barreiras Em fotos: As mulheres refugiadas que estão a quebrar barreiras

Em fotos: As mulheres refugiadas que estão a quebrar barreiras

17 of marzo, 2025

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No mês em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, celebramos a força e os talentos das mulheres deslocadas em todo o mundo.

Atualmente, mais de 60 milhões de mulheres e raparigas continuam deslocadas à força ou apátridas em todo o mundo. Depois de fugirem de conflitos, violência e violações dos Direitos Humanos, muitas continuam a viver na linha da frente das crises, separadas dos seus familiares, amigos e expostas a riscos acrescidos de pobreza, exploração e mais violência. Enfrentam enormes barreiras ao tentarem continuar os seus estudos, encontrar formas de sustento e aceder a cuidados de saúde e outros serviços essenciais.

Mas, apesar destes desafios, elas são muito mais do que refugiadas e sobreviventes do deslocamento forçado; são mães, estudantes, empreendedoras, líderes e profissionais qualificadas. Quando lhes é dada uma oportunidade, o seu conhecimento e as suas experiências de vida podem contribuir para trazer soluções às suas comunidades. O ACNUR está a trabalhar para garantir que as vozes das mulheres deslocadas sejam ouvidas nos processos de tomada de decisão que afetam as suas vidas. Para isso, está a colaborar com organizações lideradas por refugiados, especialmente as dirigidas por mulheres, e a ajudar mulheres refugiadas a aceder ao ensino superior e ao emprego.

Neste mês em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, celebramos a força e os talentos das mulheres deslocadas em todo o mundo, bem como algumas das duras realidades que enfrentam.

Imagem de capa: Joséphine, Dorcas, Murielle e Grace (da esquerda para a direita) são refugiadas da República Democrática do Congo e representantes do DAFI Women Power Club no Burundi, que utiliza mentoria para preparar jovens bolseiras DAFI para cargos de liderança. | © ACNUR/Antoine Tardy

Eslováquia

Varvara, de 18 anos, é estudante do primeiro ano de Artes da Dança na Academia de Artes Performativas em Bratislava, na Eslováquia. Quando a guerra em grande escala começou na Ucrânia, em fevereiro de 2022, estudava numa escola de artes em Bakhmut, perseguindo o sonho de uma vida nos palcos. Forçada a fugir do conflito, Varvara conseguiu uma bolsa de estudo através do programa DAFI do ACNUR, que desde 1992 tem apoiado milhares de jovens refugiados a ingressar no ensino superior.

"Na nossa situação, não temos qualquer estabilidade nas nossas vidas... O DAFI significou estabilidade... como uma rede de segurança, algo que vou ter independentemente do que aconteça."

© ACNUR/Antoine Tardy

© ACNUR/Antoine Tardy

Quénia

A Radio Gargar é a única estação de rádio no campo de refugiados de Dadaab, um complexo imenso no nordeste do Quénia. A rádio é gerida exclusivamente por refugiados e mantém os residentes informados sobre questões que os afetam. Fardosa Sirat Gelle juntou-se à estação em 2021 e tem paixão por usar o seu programa para dar voz a outras mulheres refugiadas e às dificuldades que enfrentam.

"Gosto de capacitar as mulheres através do meu trabalho, especialmente sendo esta a única rádio que fornece informação aos refugiados."

 Radio Gargar

© ACNUR/Charity Nzomo

México

Stephanny, uma refugiada venezuelana de 28 anos, fugiu para o México quando tinha apenas 19. Agora vive com a irmã e o filho de quatro anos, Daniel, enquanto estuda Medicina na Universidade Autónoma Metropolitana, na Cidade do México. Conseguiu uma bolsa DAFI através da Casa Refugiados, um dos parceiros do ACNUR na sociedade civil mexicana. Esta bolsa permite-lhe equilibrar os estudos com a maternidade sem a pressão adicional de um emprego a tempo inteiro.

"Ao trabalhar como médica, podes salvar vidas, fazer com que as pessoas se sintam melhor... Continuo a acreditar que a humanidade pode ser melhor. É por isso que luto, é nisso que acredito."

refugiada da Venezuela foge para o méxico

© ACNUR/Antoine Tardy

Bangladesh

Um grupo de raparigas refugiadas rohingya participa num Clube de Adolescentes no assentamento de Kutupalong, em Cox’s Bazar, Bangladesh. Estes clubes oferecem espaços seguros para que as jovens possam processar traumas e construir relações positivas entre si. Além disso, aprendem alfabetização básica, matemática e outras competências, ajudando a colmatar a lacuna educativa para aquelas que fugiram de Myanmar antes de completarem a escola primária.

Um grupo de raparigas refugiadas rohingya

© ACNUR/Kamrul Hasan

Chade

A empreendedora refugiada Gambra fugiu do conflito no Sudão antes da atual crise e agora vive no assentamento de Farchana, no Chade. Após receber formação em panificação no Centro de Mulheres de Farchana, abriu a sua própria padaria de sucesso, conseguindo sustentar os seus cinco filhos e empregar outras mulheres refugiadas. Além disso, devolve à comunidade ensinando outras mulheres a fazer pão.

empreendedora refugiada Gambra

© ACNUR/Andrew McConnell

Bulgária

Yulia, uma entomologista ucraniana de 36 anos, trabalha como supervisora na empresa búlgara Nasekomo, que investiga a criação industrial da mosca-soldado-negra para a produção de proteínas e óleo. O seu trabalho na Nasekomo permitiu-lhe, assim como à sua mãe, recomeçar uma nova vida na Bulgária depois da guerra.

entomologista ucraniana

© ACNUR/Dobrin Kashavelov

Jordânia

Manal Jumaa, de 42 anos, fugiu da Síria com a sua família em 2013, refugiando-se no campo de Za’atari, na Jordânia. Embora o seu marido trabalhe como pintor no campo, o seu rendimento não era suficiente para sustentar os seis filhos. Manal decidiu então frequentar um curso de reparação de telemóveis do ACNUR e tornou-se a primeira técnica de reparação de telemóveis do campo.

"Consigo arranjar qualquer dispositivo móvel com facilidade... Encorajo todas as mulheres a saírem da sua zona de conforto."

Manal Jumaa, de 42 anos, fugiu da Síria com a sua família em 2013

© ACNUR/Shawkat Alharfoush

Reino Unido

Kismat Arab, de apenas sete anos, foi reassentada em Bradford com a sua família, vinda de Cox’s Bazar, no Bangladesh. A mais velha de quatro irmãs, aprendeu inglês sozinha para poder servir de tradutora aos pais. Em 2023, licenciou-se em Enfermagem Pediátrica e agora trabalha como enfermeira no Bradford Royal Infirmary, na ala infantil.

"Tive todo o apoio de que precisava para me tornar quem queria ser."

Kismat Arab, de apenas sete anos, foi reassentada em Bradford

© ACNUR/Andrew Testa

Colômbia

Esneda Saavedra é uma líder indígena e uma ativista incansável pelos Direitos Humanos e da terra. Como primeira governadora feminina do povo Yukpa, que habita na região montanhosa entre a Colômbia e a Venezuela, dedicou a sua vida a proteger a sua comunidade do deslocamento forçado e das mudanças climáticas extremas. Apesar das ameaças por falar abertamente, continua a lutar pelos direitos dos povos indígenas. No ano passado, foi nomeada porta-voz das mulheres indígenas vítimas do conflito armado na Colômbia.

"Tornei-me líder porque era necessário... Nasci para defender a nossa terra e o nosso povo."

Esneda Saavedra é uma líder indígena e uma ativista incansável pelos Direitos Humanos e da terra

© ACNUR/Marina Calderon

Afeganistão

Yasamin, de 33 anos, é costureira e a principal fonte de rendimento da sua família na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão. Recentemente, recebeu um subsídio do ACNUR, que lhe permitiu comprar novas máquinas de costura, tecidos e linhas. Com isso, conseguiu aumentar as suas vendas, lançar uma nova linha de produtos e treinar 20 mulheres em competências de costura.

"Agora, tenho muita esperança no futuro. Gostaria de abrir um centro de costura para formar mais mulheres, expandir este trabalho e investir em novos equipamentos."

Yasamin, de 33 anos, é costureira e a principal fonte de rendimento da sua família na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão

© ACNUR

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