Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR, William Spindler - a quem o texto citado pode ser atribuído - na conferência de imprensa no...
Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR, William Spindler - a quem o texto citado pode ser atribuído - na conferência de imprensa no dia 10 de mario no Palais des Nations em Genebra.
O ACNUR está a trabalhar com as autoridades federais, estaduais e municipais e com organizações parceiras no Brasil para mitigar o grave impacto dos fenómenos meteorológicos extremos, incluindo chuvas intensas, ventos fortes e frio, que devastaram áreas do estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil.
As inundações maciças, em particular, mataram pelo menos 107* pessoas e afetaram mais de 1,7 milhões, de acordo com dados oficiais. Outras 134 pessoas estão desaparecidas.
Entre as pessoas afetadas contam-se cerca de 41.000 refugiados e outras pessoas que necessitam de proteção internacional, incluindo muitos venezuelanos e haitianos que vivem nas zonas afetadas - algumas das quais só podem ser alcançadas por barco.
Em coordenação com as autoridades locais, o ACNUR está a distribuir artigos de socorro, como cobertores e colchões, e a avaliar as necessidades da população afetada. O ACNUR está também a prestar apoio técnico para facilitar a comunicação com as comunidades afetadas, de modo a que os refugiados e os migrantes tenham acesso, na sua própria língua, a informações oficiais sobre recomendações de proteção e riscos nos locais onde vivem.
Nos próximos dias, o ACNUR apoiará a emissão de documentação, nos casos em que esta tenha sido perdida ou danificada, para garantir que os refugiados e os requerentes de asilo continuem a ter acesso a benefícios sociais e serviços públicos. A agência reforçará também as equipas locais de parceiros da sociedade civil para prestar apoio psicológico e responder aos casos mais vulneráveis, incluindo entre as comunidades de acolhimento.
Estão a ser enviados para o Brasil artigos de socorro adicionais, tais como abrigos de emergência, utensílios de cozinha, cobertores, lâmpadas solares e kits de higiene, provenientes das reservas regionais do ACNUR e das reservas da agência no norte do Brasil.
De acordo com dados do governo, o estado do Rio Grande do Sul acolhe mais de 21.000 venezuelanos que foram deslocados do estado de Roraima, na fronteira norte do país com a Venezuela, desde abril de 2018.
Eventos climáticos extremos no Brasil têm sido frequentes e mais devastadores nos últimos anos, incluindo secas na região amazónica e chuvas severas nos estados da Bahia e do Acre, aos quais o ACNUR tem respondido.
O ACNUR estima que são necessários 3,21 milhões de dólares para apoiar as necessidades mais urgentes, incluindo a assistência financeira direta às pessoas afetadas e o fornecimento de artigos de primeira necessidade. Mais de 85% do território do Rio Grande do Sul foi atingido pelas inundações, com cerca de 68.000 pessoas obrigadas a viver em abrigos adaptados, enquanto mais de 327.000 abandonaram as suas casas.
Os meteorologistas alertam para a possibilidade de mais chuva de alta intensidade e ventos fortes em todo o estado até este fim de semana.
Os fenómenos climáticos graves afetam de forma desproporcional os refugiados e outras pessoas que solicitam proteção internacional. O financiamento disponível para fazer face aos impactos das alterações climáticas não é suficiente para responder às necessidades das pessoas deslocadas à força, nem das comunidades que as acolhem. Sem ajuda para se prepararem, resistirem e recuperarem dos choques relacionados com o clima, enfrentam um risco acrescido de novas deslocações.
Em abril de 2024, o ACNUR lançou o seu primeiro Fundo de Resiliência Climática para reforçar a resiliência dos refugiados, das comunidades deslocadas e dos seus anfitriões face à intensidade crescente dos fenómenos meteorológicos extremos relacionados com as alterações climáticas.
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