São múltiplas as crises que o Afeganistão enfrenta - insegurança alimentar e subnutrição graves, choques climáticos, crise das pessoas deslocadas - e uma grande parte da população necessita de ajuda urgente.
O Afeganistão está a atravessar uma das piores crises humanitárias do mundo: cerca de 20 milhões de pessoas - metade da população afegã - sofrem de insegurança alimentar e estima-se que 97% vivem muito abaixo do limiar de pobreza.
O país enfrenta o terceiro ano consecutivo de seca prolongada, associada a um declínio económico devastador, provocado por décadas de conflito. As frequentes catástrofes naturais, incluindo terramotos, secas e inundações extremas, provocaram ainda mais miséria para as comunidades devastadas do país.
A grande maioria dos afegãos não tem meios para satisfazer as suas necessidades básicas e o ACNUR estima que 28.3 milhões de pessoas necessitarão de ajuda humanitária em 2023. Cerca de 6 milhões de pessoas estão em risco de fome extrema.
A crise ucraniana teve também um impacto significativo no aumento dos preços dos bens alimentares, tornando os mantimentos mais básicos inacessíveis para muitos afegãos.
As mulheres e as crianças são as principais vítimas desta crise e, consequentemente, continuam a correr um risco acrescido de violência e exploração. Entretanto, as restrições à plena participação das mulheres e das raparigas na vida quotidiana do país - incluindo a limitação da sua capacidade de estudar e de trabalhar - agravam a situação humanitária.
O ACNUR tem vindo a responder às necessidades humanitárias no Afeganistão, centrando-se na proteção dos mais vulneráveis e na assistência aos afegãos deslocados e retornados, fornecendo-lhes abrigo, alimentação, água e artigos de primeira necessidade, tanto no Afeganistão como nos países vizinhos. Juntamente com os seus parceiros, o ACNUR está empenhado em permanecer no terreno e em dar a resposta necessária, prestando apoio e serviços às pessoas mais necessitadas da melhor forma possível, apesar do contexto e das circunstâncias difíceis.
No ano passado, o ACNUR apoiou 6.2 milhões de pessoas em todo o Afeganistão. Alcançou 2.1 milhões de pessoas, cerca de 80% das quais eram mulheres e crianças, com ajuda direta, incluindo assistência monetária, artigos para o lar, abrigo, painéis solares e meios de subsistência.
O ACNUR também prestou ajuda indireta a mais de 4.1 milhões de pessoas, nomeadamente através da construção de infraestruturas, escolas, construção de centros de saúde, bem como assistência a projetos de abastecimento de água e de energia solar.
O trabalho humanitário está a ajudar a manter vivas milhões de pessoas no Afeganistão. A Portugal com ACNUR está a apelar ao apoio das pessoas e organizações para o ACNUR poder continuar o seu trabalho de chegar às pessoas que dele necessitam desesperadamente.
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Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR, Babar Baloch - a quem o texto citado pode ser atribuído - na conferência de imprensa de...
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