O maior êxodo na Europa depois da Segunda Guerra Mundial
A grande escalada da guerra da Rússia contra a Ucrânia desde fevereiro de 2022 causou um número sem precedentes de vítimas civis e a destruição de infraestruturas vitais, forçando milhões de pessoas a fugir das suas casas em busca de segurança, proteção e assistência. Milhões de pessoas fugiram da Ucrânia devido à rápida deterioração da situação e às ações militares no país. Este é o maior movimento de refugiados na Europa em 75 anos. A situação é cada vez mais instável, delicada e imprevisível, e o número de pessoas em fuga continua a aumentar a cada minuto. O ACNUR está no terreno a prestar assistência e materiais de emergência.
Mais de 12,7 milhões de pessoas na Ucrânia necessitam de ajuda humanitária urgente, incluindo mais de 3,6 milhões de deslocados internos devido à guerra em grande escala. Em janeiro de 2025, havia cerca de 6,8 milhões de refugiados ucranianos registados em todo o mundo.
A Ucrânia sofreu uma perda significativa da sua capacidade de produção de energia devido à intensificação dos ataques, interrompendo o fornecimento essencial de eletricidade, aquecimento e água. A situação é particularmente crítica nas zonas da linha da frente.
A maioria dos refugiados da Ucrânia são mulheres, crianças e pessoas mais velhas. Muitos chegam traumatizados às fronteiras de países vizinhos. Alguns tiveram de deixar as suas casas com pouca ou nenhuma bagagem, deixando todos os seus pertences para trás. Olga, 36 anos, residente em Kiev, encontrou segurança na Polónia três dias após ter fugido da capital ucraniana com o seu filho, de dois anos, e a sua filha, de oito anos. "Este é o nosso terceiro dia na estrada", após uma viagem que normalmente teria demorado sete horas. "Fugimos assim que as primeiras bombas caíram", acrescenta.
Alguns dias antes, numa estação ferroviária na cidade ucraniana de Makiivka, milhares de evacuados tentavam embarcar num comboio para escapar às hostilidades.
No mesmo dia em que a ofensiva militar começou, temendo um ataque russo à capital, muitas famílias em Kiev procuraram refúgio em túneis subterrâneos. Quem tinha carro, fugiu da cidade pela estrada.
12,7 milhões
de pessoas que necessitam de assistência humanitária urgente na Ucrânia.
3,6 milhões
de pessoas que se estima estarem deslocadas na Ucrânia.
6,8 milhões
de refugiados e requerentes de asilo da Ucrânia em todo o mundo.
O ACNUR está presente em toda a Ucrânia e mantém o compromisso de continuar no terreno e prestar assistência sempre que o acesso e a segurança o permitam. As suas equipas e parceiros expandiram as operações até às zonas da linha da frente, onde as necessidades continuam a ser muito graves, sempre que as condições o permitem.
O ACNUR trabalha com parceiros locais e internacionais para distribuir apoio financeiro e em espécie às populações afetadas pela guerra, oferecendo kits de reparação de emergência para casas danificadas, realizando reparações de habitação e prestando apoio jurídico e acompanhamento psicológico às pessoas afetadas pelos traumas da guerra. Em 2024, o ACNUR e os seus parceiros prestaram diversos serviços a mais de 1,6 milhões de pessoas na Ucrânia, incluindo assistência financeira, apoio jurídico e ajuda na habitação.
Nos países vizinhos, a guerra em grande escala provocou uma onda sem precedentes de solidariedade e apoio por parte dos Estados, das comunidades de acolhimento e das famílias que abriram as suas portas ou doaram tempo e recursos para receber os refugiados ucranianos. O ACNUR lidera a coordenação de mais de 300 organizações parceiras, incluindo agências da ONU e ONG nacionais e internacionais, no âmbito do Plano Regional de Resposta para os Refugiados (RRP), em apoio às ações dos Governos.
"Os doadores - governos, empresas e particulares - têm sido incrivelmente generosos ao longo do último ano. Esta generosidade deve ser mantida se quisermos dar às pessoas o apoio de que necessitam urgentemente hoje e no próximo ano. Espero que todos os nossos doadores continuem a permitir a resposta a estas necessidades humanitárias.”
Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.