O maior êxodo na Europa depois da Segunda Guerra
Milhões de pessoas fugiram da Ucrânia devido à rápida deterioração da situação e às ações militares no país. 5.3 milhões de pessoas estão deslocadas dentro da Ucrânia. No total, mais de 14 milhões de pessoas fugiram das suas casas nesta emergência humanitária, desde 24 de fevereiro de 2022. Este é o maior movimento de refugiados, em 75 anos, na Europa. A situação é cada vez mais instável, delicada e imprevisível. O número de pessoas em fuga está a aumentar a cada minuto. O ACNUR está no terreno a prestar assistência e materiais de emergência.
A maioria dos refugiados da Ucrânia são mulheres, crianças e pessoas mais velhas. Muitos chegam traumatizados às fronteiras de países vizinhos. Alguns tiveram de deixar as suas casas com pouca ou nenhuma bagagem, deixando todos os seus pertences para trás. Olga, 36 anos, residente em Kiev, encontrou segurança na Polónia três dias após ter fugido da capital ucraniana com o seu filho, de dois anos, e a sua filha, de oito anos. "Este é o nosso terceiro dia na estrada", após uma viagem que normalmente teria demorado sete horas. "Fugimos assim que as primeiras bombas caíram", acrescenta.
Alguns dias antes, numa estação ferroviária na cidade ucraniana de Makiivka, milhares de evacuados tentavam embarcar num comboio para escapar às hostilidades.
No mesmo dia em que a ofensiva militar começou, temendo um ataque russo à capital, muitas famílias em Kiev procuraram refúgio em túneis subterrâneos. Quem tinha carro, fugiu da cidade pela estrada.
+7.9 milhões
de refugiados ucranianos registados em toda a Europa.
+4.9 milhões
de refugiados registados para Proteção Temporária ou sistemas nacionais de proteção semelhantes na Europa.
+5 milhões
de pessoas deslocadas internamente.
O ACNUR está a coordenar o acolhimento de refugiados nos países vizinhos e, juntamente com outras agências da ONU e ONG parceiras, está a apoiar as autoridades nacionais na resposta à emergência.
Os trabalhadores do ACNUR estão também a prestar assistência aos deslocados na Ucrânia, onde a situação é extremamente volátil e arriscada.
Apesar dos enormes desafios logísticos e de segurança, o ACNUR está a prestar ajuda humanitária e já apoiou, com parceiros, mais de 4 milhões de pessoas (janeiro 2023):
"Conheci muitas crianças refugiadas ucranianas na República Checa: é bom saber que - graças aos seus anfitriões - estão seguras e protegidas, mas não se pode deixar de pensar em todas as crianças ucranianas cujas vidas estão em risco todos os dias, nas suas cidades, cercadas e bombardeadas, na sua pátria.”
Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.