O Afeganistão, que tem sofrido repetidas crises humanitárias, enfrenta o seu momento mais negro e é muitas vezes classificado como o país menos pacífico do mundo.
Desde o dia 15 de agosto de 2021, data em que o Afeganistão mudou drasticamente com a tomada de poder pelo regime talibã, assiste-se a uma deterioração significativa do panorama humanitário, económico e social do país e a um retrocesso de décadas que colocou de novo o país como o mais inseguro do mundo.
A população do Afeganistão enfrenta atualmente uma crise de insegurança alimentar e de subnutrição de proporções sem paralelo. O país sobrevive a uma das maiores crises humanitárias do mundo: mais de dois terços da sua população necessitam de assistência humanitária urgente. A insegurança alimentar generalizada, o aumento da inflação e a elevada instabilidade económica, exacerbados pelas sanções, os meios de subsistência limitados e os choques climáticos cada vez mais graves e frequentes deixaram estas populações ainda mais vulneráveis.
O Afeganistão continua a acolher um número estimado de 3,22 milhões de pessoas deslocadas internamente, 1,46 milhões de deslocados internos retornados, 34,905 refugiados retornados ao país e cerca de 35,000 refugiados afegãos em países de acolhimento que necessitam de proteção imediata e de assistência humanitária, bem como de apoio a médio e a longo prazo.
O país continua a debater-se com múltiplas crises humanitárias, deterioração dos Direitos Humanos, especialmente das raparigas e das mulheres, instabilidade económica e graves choques climáticos. Em 2024, estima-se que 23,7 milhões de pessoas - mais de metade da população do Afeganistão - necessitarão de assistência humanitária. A incerteza política no Afeganistão repercute-se em toda a região, exigindo uma atenção constante e esforços humanitários.
É fundamental uma resposta rápida, de longo prazo e adequada e que envolva diversos setores, de modo a fazer face às inúmeras carências desta população. O apoio de doadores é fundamental, estando a resposta humanitária financiada apenas em 39% face às necessidades para 2024.
Desde janeiro de 2023, o ACNUR já prestou assistência a cerca de 94 mil deslocados retornados com serviços de proteção que salvam vidas: apoio a mulheres e raparigas, abrigo, alimentação, água e saneamento básico, artigos de primeira necessidade, assistência em dinheiro, programas baseados na comunidade e apoio psicossocial.
Ajude os refugiados afegãos.
Caso pretenda contribuir por transferência bancária para apoiar os programas humanitários do ACNUR, doe para o IBAN (BPI) : PT50 0010 0000 5936 4360 0010 4, enviando o comprovativo e os seus dados para registo para donativos@pacnur.org. No início do próximo ano enviamos-lhe a declaração para efeitos fiscais. Se ainda assim, pretender um recibo informe neste mesmo e-mail. Obrigado.