Milhares de desalojados na sequência dos tumultos pós-eleitorais em Moçambique Milhares de desalojados na sequência dos tumultos pós-eleitorais em Moçambique

Milhares de desalojados na sequência dos tumultos pós-eleitorais em Moçambique

9 de janeiro, 2025

Tempo de leitura: 3 minutos

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GENEBRA – Os distúrbios pós-eleitorais em Moçambique forçaram milhares de pessoas a abandonar as suas casas. No Malawi, o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, e o governo identificaram cerca de 2.000 pessoas que atravessaram a fronteira na última semana. No país vizinho, Eswatini, outras 1.000 pessoas chegaram. Entre os recém-chegados estão refugiados e requerentes de asilo de várias nacionalidades que viviam em Moçambique. O ACNUR está a manifestar preocupação com o aumento do deslocamento e o impacto que este está a ter nas populações afetadas.

"Estamos profundamente alarmados com a situação em curso em Moçambique, onde a violência crescente tem forçado milhares a fugir. Os refugiados e civis enfrentam riscos imensos, perdendo os seus meios de subsistência e dependendo de assistência humanitária. Enquanto agradecemos a generosidade do Malawi e de Eswatini, é crucial um apoio imediato para enfrentar a crise em agravamento e evitar mais sofrimento”, afirmou Chansa Kapaya, Diretora Regional do ACNUR para a África Austral.

No Malawi, as pessoas que fugiram de Moçambique relataram que escaparam de ataques e pilhagens nas suas aldeias. Muitas caminharam longas distâncias e atravessaram o rio Shire a pé ou em pequenos barcos para alcançar a segurança. Entre elas estão mulheres grávidas, idosos e crianças que tiveram pouco ou nada para comer. O ACNUR forneceu rapidamente tendas, mantas e kits de higiene para ajudar os mais vulneráveis, mas permanecem lacunas significativas na assistência humanitária. Os abrigos estão sobrelotados, as instalações de saneamento são inadequadas, e o acesso a alimentos e água potável é insuficiente. Mais de 1.000 pessoas partilham uma única latrina em alguns locais, aumentando significativamente o risco de doenças.

Em Eswatini, muitos dos recém-chegados relataram ter perdido as suas lojas e negócios devido à violência. O centro de acolhimento de refugiados de Malindza, originalmente projetado para 250 pessoas, está agora sobrelotado, albergando mais de 1.000 pessoas. O ACNUR está a colaborar com as autoridades locais e parceiros para prestar assistência, mas são urgentemente necessários recursos adicionais para sustentar a resposta e preparar-se para mais chegadas.

Moçambique ainda está a recuperar dos devastadores efeitos do ciclone Chido, que atingiu o país há poucas semanas. A situação atual está a dificultar os esforços humanitários vitais para as comunidades que perderam tudo na tempestade, ao mesmo tempo que desafia a resposta para lhes prestar assistência.

A situação tanto no Malawi como em Eswatini está a tornar-se crítica, com o aumento do número de refugiados e requerentes de asilo a sobrecarregar recursos já escassos. Embora o ACNUR se mantenha empenhado em trabalhar com as autoridades locais e parceiros para enfrentar esta emergência, a comunidade internacional deve urgentemente fornecer apoio aos países anfitriões e garantir que as populações afetadas recebam a ajuda de que tanto precisam.

Para mais informações sobre este tópico, por favor contacte:

Em Pretória (Regional), Edward Ogolla, ogolla@unhcr.org, +27635482215

Em Genebra, Eujin Byun, byun@unhcr.org, +41 79 747 8719

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