Pelas suas consequências irreversíveis, pela sua magnitude, pela sua intensidade e pela rapidez com que avança, a crise climática é a emergência do nosso tempo. Embora as regiões mais pobres do mundo sejam as mais afetadas, a escala da emergência é global, afetando todo o planeta.
As catástrofes provocaram deslocações tanto em países com baixos rendimentos como em países com rendimentos elevados, como os EUA, o Canadá e a Austrália. Os cinco países com as maiores populações de refugiados estão também entre os mais vulneráveis à crise climática: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Myanmar.
O custo humanitário da emergência climática é enorme: deslocações forçadas, fome, conflitos, morte e devastação. As alterações climáticas são claramente visíveis no aumento da intensidade e frequência de fenómenos meteorológicos extremos, como chuvas anormalmente intensas, secas prolongadas, ondas de calor e ciclones.
Com uma das maiores presenças no terreno de qualquer agência humanitária, o ACNUR está a trabalhar em alguns dos contextos mais frágeis. Onde os conflitos e as vulnerabilidades climáticas se encontram, milhões de pessoas são deslocadas e necessitam urgentemente de assistência e proteção.
Cerca de 200 milhões
de pessoas precisarão de ajuda humanitária todos os anos até 2050, se não forem tomadas medidas decisivas para atenuar as alterações climáticas e reduzir significativamente o risco de catástrofes.
95 %
das novas deslocações devido a conflitos ocorreram em países altamente vulneráveis às alterações climáticas.
Desde a década de 1990, a Agência da ONU para os Refugiados tem trabalhado para sensibilizar sobre as consequências das alterações climáticas e desenvolver iniciativas para garantir a proteção das pessoas deslocadas no contexto de catástrofes naturais.
O trabalho do ACNUR em relação às alterações climáticas inclui a colaboração com os governos no desenvolvimento de abordagens legais que assegurem a proteção das pessoas deslocadas por causas climáticas — incluindo a proteção dos deslocados internos —, bem como a promoção da coerência política entre as partes interessadas, a realização de investigação para colmatar lacunas nas operações e políticas, e o desenvolvimento de atividades de apoio às pessoas durante os deslocamentos provocados por catástrofes.
O ACNUR também está a trabalhar para reduzir a pegada ambiental dos campos de refugiados através da utilização de energias renováveis, de atividades de reflorestação, e do aumento do acesso a combustíveis limpos e tecnologias de cozedura sustentáveis.
Este trabalho faz parte do quadro estratégico de ação climática do ACNUR, que visa reduzir os impactos das alterações climáticas e aumentar a proteção das pessoas deslocadas até 2030. Isto inclui a continuação dos esforços para reduzir as emissões de carbono e garantir a proteção das populações deslocadas, bem como melhorar o acesso a serviços que promovam uma utilização sustentável e baseada nos direitos dos recursos naturais nas comunidades de acolhimento.
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