ACNUR aos 75 anos – manter vivas as nossas promessas colectivas ACNUR aos 75 anos – manter vivas as nossas promessas colectivas

ACNUR aos 75 anos – manter vivas as nossas promessas colectivas

14 de dezembro, 2025

Tempo de leitura: 4 minutos

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Este é um resumo do que foi dito por Ewan Watson, Head of Global Communications  do ACNUR – a quem podem ser atribuídas as citações – na conferência de imprensa de 12 de dezembro 2025, no Palais des Nations, em Genebra. 

“Os refugiados, não estão sozinhos.”

Esta é a nossa mensagem para vós hoje – e todos os dias. Neste momento, mais de 117 milhões de pessoas permanecem deslocadas à força em todo o mundo, tendo sido obrigadas a fugir das suas casas. A cada minuto, alguém escapa à guerra ou à perseguição apenas para sobreviver.

O direito de procurar asilo – o nosso compromisso coletivo de oferecer segurança a pessoas com um fundado receio de perseguição ou que fogem de conflitos e da guerra – foi assinado pelos Estados em 1951. No entanto, essa promessa que o mundo fez há 75 anos de proteger as pessoas forçadas a fugir das suas casas está sob ameaça – mais do que em qualquer outro momento da memória recente.

Os desafios são imensos: o deslocamento é hoje mais complexo e mais prolongado; a paz é difícil de alcançar; e os défices de financiamento estão a devastar programas essenciais. Por vezes, pode parecer que o medo e a divisão estão a afogar a compaixão. Os espaços de asilo estão a encolher. A xenofobia está a aumentar.

E ouvimos as vozes que minam a Convenção sobre os Refugiados, que nasceu dos horrores da Segunda Guerra Mundial para garantir que aqueles que fogem para salvar a vida possam encontrar segurança. O financiamento humanitário foi drasticamente reduzido – no caso do ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, em cerca de 35 por cento este ano até à data – deixando milhões sem acesso à segurança, à alimentação, ao abrigo e a serviços vitais de proteção, quanto mais aos meios para recomeçar de forma independente.

A nossa resposta é simples: o princípio do asilo salva vidas e é indispensável. Tem de ser respeitado. No domingo, 14 de Dezembro de 2025, assinalam-se 75 anos exatos desde a adoção do Estatuto de 1950 do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Ao longo de décadas, a Convenção salvou milhões de vidas. E o nosso mandato – proteger aqueles que são forçados a fugir e ajudá-los a reconstruir as suas vidas com dignidade – continua a ser tão crucial como sempre.

E, para além do ruído, há outra história viva – uma história de esperança. Comunidades em todo o lado continuam a apoiar os refugiados. Voluntários a receber famílias nos aeroportos. Professores a encontrar espaço nas salas de aula. Vizinhos a abrir as suas portas. Empresas a oferecer empregos. Universidades a conceder bolsas de estudo. Pessoas comuns continuam a fazer coisas extraordinárias, provando que a humanidade vence o ódio.

É por isso que é um enorme prazer estar aqui sentado ao lado do Chefe Sodea, vencedor global deste ano do Prémio Nansen para os Refugiados. Ele explicará, muito melhor do que eu alguma vez poderia, o poder das pessoas locais que ajudam aqueles que se encontram – sem culpa própria – dependentes dos outros.

A sua história demonstra que existem soluções – e que temos de nos unir para encontrar mais.

Na próxima semana, aqui em Genebra, no Balanço de Progresso do Fórum Global sobre os Refugiados, os nossos principais parceiros irão reunir-se. Em conjunto, analisaremos formas de: reforçar os sistemas de asilo para decisões rápidas e justas; expandir vias seguras como o reassentamento, a mobilidade laboral e a reunificação familiar; investir em parcerias locais e em organizações lideradas por refugiados; aproveitar a inovação, incluindo ferramentas digitais para registo, apoio financeiro e educação; e trabalhar com parceiros dos setores do desporto, da fé, da academia e das empresas para conceber respostas eficazes. Juntos, de baixo para cima, podemos superar o medo e a divisão. Podemos manter viva a esperança.

O ACNUR nasceu da determinação do mundo em reconstruir após a guerra e de uma crença partilhada de que proteger os refugiados é uma responsabilidade universal. Esse espírito de solidariedade é hoje mais necessário do que nunca. A promessa do asilo tem de ser mantida viva – e os refugiados não devem ser relegados para as margens. Assim, hoje enviamos uma mensagem clara a todas as pessoas forçadas a fugir: não estão sozinhas.

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