ACNUR Profundamente Preocupado com o Aumento da Violência e a Crise Humanitária no Leste da República Democrática do Congo ACNUR Profundamente Preocupado com o Aumento da Violência e a Crise Humanitária no Leste da República Democrática do Congo

ACNUR Profundamente Preocupado com o Aumento da Violência e a Crise Humanitária no Leste da República Democrática do Congo

29 de janeiro, 2025

Tempo de leitura: 3 minutos

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Este é um resumo das declarações do porta-voz do ACNUR, Matthew Saltmarsh, feitas na conferência de imprensa de hoje no Palais des Nations, em Genebra.

O ACNUR está profundamente preocupado com a segurança dos civis e das pessoas deslocadas internamente (IDPs) no leste da República Democrática do Congo (RDC), à medida que o conflito se intensifica ainda mais nas províncias do Kivu do Sul e do Kivu do Norte. O número de deslocados já ultrapassou os 400.000 só este ano, quase o dobro do registado na semana passada.

Desde a última atualização, a 21 de janeiro, bombas caíram sobre locais que acolhem deslocados internos. No dia 20 de janeiro, explosões no local de Kitalaga, no Kivu do Sul, mataram duas crianças. No dia 21 de janeiro, cinco abrigos improvisados foram destruídos em Nzuolo e, ontem, o local de Bushagara foi gravemente afetado, causando pânico e novos fluxos de deslocamento forçado.

A violência também escalou nos territórios de Minova e Kalehe, no Kivu do Sul, deslocando mais 178.000 pessoas. Conflitos intensos resultaram na tomada da cidade de Minova e da localidade de Kalungu por grupos armados não estatais. Pelo menos 80% da população fugiu em direção à cidade de Goma. Os colegas do ACNUR estão a monitorizar os movimentos transfronteiriços e prontos para responder a qualquer eventual fluxo de requerentes de asilo.

Entretanto, os combates intensificaram-se na cidade de Saké, no Kivu do Norte, a aproximadamente 25 quilómetros de Goma, culminando na tomada da cidade por grupos armados não estatais. Bombardeamentos intensos forçaram famílias de pelo menos nove locais de deslocados internos nos arredores de Goma a fugirem para a cidade em busca de segurança e abrigo. Muitas pessoas passaram a noite nas ruas e em espaços verdes da cidade.

Os confrontos contínuos entre os beligerantes continuam a deteriorar o ambiente de proteção para os civis nas províncias do Kivu do Sul e do Kivu do Norte, que já abrigam 4,6 milhões de deslocados internos. As violações dos direitos humanos, incluindo saques, ferimentos, assassinatos, raptos e detenções arbitrárias de deslocados acusados erroneamente de serem rebeldes, aumentaram. Os hospitais estão próximos da sua capacidade máxima devido ao elevado número de civis feridos. Mulheres, crianças e idosos vulneráveis vivem em condições sobrelotadas e precárias, com acesso limitado a alimentos, água e serviços essenciais.

O acesso humanitário para responder a estas necessidades urgentes está gravemente restringido. Todas as estradas para Minova, incluindo as utilizadas para a assistência humanitária, estão bloqueadas. Os bombardeamentos indiscriminados levaram à suspensão temporária de atividades essenciais em várias áreas do Kivu do Norte.

O ACNUR reforça o apelo do Secretário-Geral das Nações Unidas para que sejam respeitados os direitos humanos e o direito humanitário internacional e para que seja garantido acesso imediato e irrestrito às populações que necessitam de assistência humanitária. O ACNUR insta igualmente todas as partes a priorizarem a proteção dos civis, a respeitarem a natureza civil dos locais que acolhem deslocados internos e a evitarem o uso de explosivos e armas pesadas em áreas civis sobrelotadas.

É fundamental, e há muito necessário, que a paz se enraíze na República Democrática do Congo, para o bem do seu povo e de toda a região.

Para mais informações ou questões de imprensa, por favor contacte:

  • Em Kinshasa: Rachel Criswell, criswell@unhcr.org, +243 82 52 57 774
  • Em Pretória (regional): Edward Ogolla, ogolla@unhcr.org, +27 63 548 2215
  • Em Genebra: Eujin Byun, byun@unhcr.org, +41 79 747 8719
  • Em Portugal: Joana Feliciano, press@pacnur.org

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